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10 de fev. de 2010

Emprego na Indústria recua 0,6% em dezembro de 2009 no Brasil

Em dezembro de 2009, o setor industrial reduziu em 0,6% o número de pessoas ocupadas frente a novembro (série com ajuste sazonal), após acumular 2,8% de expansão entre julho e novembro. No entanto, o resultado de dezembro não alterou a trajetória ascendente do emprego, segundo o índice de média móvel trimestral, que cresceu 0,4% entre novembro e dezembro, mantendo sequência de cinco taxas positivas. Os sinais de recuperação ao longo de 2009 também ficam evidenciados na observação dos indicadores trimestrais: no 4º trimestre de 2009 o emprego avançou 1,6% sobre o trimestre imediatamente anterior, acelerando o ritmo de crescimento frente ao resultado do 3º trimestre (0,3%). Nas comparações com iguais períodos de 2008, os índices do pessoal ocupado são negativos: -2,7% em relação a dezembro de 2008, -4,2% no último trimestre e -5,3% no acumulado do ano, maior queda no ano desde o início da série histórica em 2002.

No confronto dezembro 09/dezembro 08, a redução no número de trabalhadores alcançou onze das quatorze áreas investigadas. Os principais impactos negativos na média global (-2,7%) vieram das indústrias da região Sudeste (-3,1%), especialmente, de São Paulo (-2,1%), influenciado por meios de transporte (-12,3%) e produtos de metal (-10,3%), e de Minas Gerais (-6,7%), por conta de vestuário (-28,6%) e de metalurgia básica (-13,2%). Vale citar, também, os desempenhos negativos da região Norte e Centro-Oeste (-4,2%), Rio Grande do Sul (-3,2%) e Paraná (-3,5%). Nessas áreas, sobressaíram as perdas observadas em madeira (-24,5%), no primeiro local, calçados e couro (-6,8%) na indústria gaúcha, e madeira (-13,1%) e outros produtos da indústria da transformação (-16,5%), no Paraná. Os únicos locais que ampliaram o contingente de trabalhadores nesta comparação foram a região Nordeste (0,4%), Ceará (4,0%) e Bahia (1,6%).

No total do país, ainda nesse tipo de comparação, o número de demissões superou o de admissões em onze dos dezoito setores pesquisados, com meios de transporte (-8,4%) apresentando a queda de maior impacto no cômputo geral. Entre os setores que apontaram taxas positivas, papel e gráfica destaca-se, com expansão de 8,5%.

Pela evolução dos índices trimestrais verifica-se uma redução no ritmo de queda do emprego industrial entre os dois últimos trimestres de 2009 (de -6,7% para -4,2%). Este movimento de recuperação está presente em dezessete setores, com destaque para calçados e couro, que passa de -10,2% no terceiro trimestre para -2,2% no quarto. Regionalmente, a redução no ritmo de queda entre esses dois períodos alcançou todas as áreas investigadas, com destaque para região Norte e Centro-Oeste, que passou de -10,4% no terceiro trimestre para -6,5% no quarto, e do Rio Grande do Sul (de -8,8% para -4,9%). Vale mencionar o desempenho do emprego industrial do Ceará, que foi o único local com resultado positivo no último trimestre de 2009 (2,8%), revertendo três trimestres consecutivos de perda.

O fechamento de 2009 do índice do Emprego na Indústria mostrou uma redução de 5,3% no número de pessoas ocupadas da indústria brasileira, maior queda desde o início da série histórica em 2002. Apenas a indústria de papel e gráfica (7,2%) mostrou, em nível setorial, ganho no contingente de trabalhadores em 2009 frente a igual período do ano anterior. Entre os que assinalaram recuo, as perdas de maior impacto no resultado global vieram de meios de transporte (-9,8%), máquinas e equipamentos (-8,6%), vestuário (-7,9%), produtos de metal(-9,1%) e madeira (-16,8%).

Em nível regional, ainda nesse tipo de comparação, a redução no número de trabalhadores em 2009 também foi generalizada, atingindo todos os locais pesquisados. O fechamento de vagas foi mais intenso em São Paulo (-4,0%) e em Minas Gerais (-8,5%). Na indústria paulista, houve taxas negativas em quatorze setores, com destaque para os recuos em meios de transporte (-11,7%) e produtos de metal (-11,6%). Em Minas Gerais, a redução no número de pessoal ocupado atingiu dezesseis setores, ficando as reduções de maior impacto com vestuário (-20,3%) e têxtil (-19,4%).

Em síntese, o emprego industrial recua 0,6% entre novembro e dezembro, na série com ajuste sazonal, mas não altera a trajetória ascendente do índice de média móvel trimestral nos últimos cinco meses. Ao longo de 2009, acompanhando o dinamismo observado na produção industrial, que sustenta crescimento pelo terceiro trimestre consecutivo, também observam-se sinais de recuperação no emprego e no número de horas pagas, que aceleram no 4º trimestre (respectivamente 1,6% e 2,0%) o ritmo de crescimento frente ao resultado do 3º trimestre (0,3% e 0,5%). Embora no confronto com igual mês do ano anterior e na comparação com igual trimestre do ano anterior os índices do emprego e do número de horas sejam negativos, há clara redução no ritmo de queda. Ainda assim, o emprego industrial (-5,3%) e o número de horas pagas (-5,6%) encerraram 2009 apontando as maiores quedas da série histórica, reflexo, em grande parte, da redução da produção ocorrida no final de 2008.


NÚMERO DE HORAS PAGAS

O número de horas pagas aos trabalhadores da indústria, em dezembro, manteve-se praticamente estável (-0,1%), no confronto com o mês imediatamente anterior, na série livre dos efeitos sazonais, após seis expansões consecutivas, acumulando crescimento de 3,3% de junho a dezembro. O índice de média móvel trimestral apresentou avanço de 0,5% entre novembro e dezembro, confirmando, mais uma vez, a manutenção do movimento de melhora na jornada de trabalho da indústria nacional. Ainda na série com ajuste sazonal, no confronto com o trimestre imediatamente anterior, o quarto trimestre de 2009 mostrou expansão de 2,0%, após avançar 0,5% no período anterior.

No confronto com igual mês do ano anterior, o número de horas pagas recuou 1,8% em dezembro, queda menos intensa desde dezembro de 2008. Com isso, o indicador acumulado em 2009 ficou em -5,6%, reduzindo a perda frente aos meses anteriores. Na análise trimestral, o último trimestre do ano apontou recuo de 3,7% frente a igual período do ano anterior.

Na comparação com dezembro de 2008, o número de horas pagas assinalou decréscimo de 1,8%, com redução em doze dos quatorze locais e doze dos dezoito ramos pesquisados. Em termos setoriais, as principais contribuições negativas vieram de madeira (-15,7%), produtos de metal (-6,5%) e máquinas e equipamentos (-4,4%). Em sentido contrário, papel e gráfica (8,4%), alimentos e bebidas (0,9%) e refino de petróleo e produção de álcool (4,3%) exerceram as pressões positivas mais importantes.

Ainda no indicador mensal, os locais que assinalaram os maiores impactos negativos no resultado nacional foram Minas Gerais (-4,5%), região Norte e Centro-Oeste (-3,8%) e São Paulo (-0,7%). No primeiro, treze segmentos reduziram o número de horas pagas, com destaque para vestuário (-26,7%) e metalurgia básica (-12,2%). Na indústria da região Norte e Centro-Oeste, madeira (-26,5%) e máquinas e aparelhos eletro-eletrônicos e de comunicações (-13,0%) exerceram as influências negativas mais relevantes, enquanto em São Paulo, meios de transporte (-8,4%) e produtos de metal (-9,7%) apontaram as maiores pressões negativas.

Na análise trimestral, com a variação de -3,7% no período outubro-dezembro, o número de horas pagas completa sequência de cinco trimestres consecutivos de taxas negativas. Entre o terceiro (-7,0%) e o quarto (-3,7%) trimestres de 2009, ambas comparações contra igual trimestre do ano anterior, todos os quatorze locais e todas as dezoito atividades apontaram redução no ritmo de queda, acompanhando o avanço observado na produção industrial entre esses dois períodos. Entre os setores, os maiores ganhos vieram de meios de transporte, que passou de -13,8%, no terceiro trimestre, para -7,3% no trimestre seguinte, calçados e couro (de -10,8% para -3,3%) e máquinas e equipamentos (de -14,2% para -9,0%). Entre os locais, os destaques foram Pernambuco (de -6,3% para -1,0%) e região Norte e Centro-Oeste (de -12,0% para -7,2%).

O indicador acumulado no ano de 2009 teve queda de 5,6% no número de horas pagas, maior recuo desde o início da série histórica (2002), com perfil generalizado de queda que atingiu treze locais e quinze segmentos. Entre os locais, as principais perdas vieram de São Paulo (-4,1%), Minas Gerais (-8,0%) e região Norte e Centro-Oeste (-9,6%), enquanto no corte setorial, as contribuições mais relevantes foram observadas em máquinas e equipamentos (-10,6%), meios de transporte (-10,5%) e vestuário (-7,7%). Por outro lado, Ceará, ao ficar estável frente ao ano de 2008 (0,0%), foi o único local que não mostrou queda no número de horas pagas, enquanto papel e gráfica (6,7%), refino de petróleo (2,1%) e minerais não-metálicos (0,1%) assinalaram os três resultados positivos nesse tipo de comparação.

FOLHA DE PAGAMENTO REAL

Em dezembro, o valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria recuou 3,7% em relação ao mês imediatamente anterior (na série com ajuste sazonal), após ter apresentado queda de 0,4% em novembro. Com estes resultados, o indicador de média móvel trimestral decresceu 1,2%, revertendo três meses de resultados positivos, que acumularam ganho de 1,6%. Em termos trimestrais, a folha de pagamento real ficou estável (0,0%), no confronto com o terceiro trimestre de 2009, após quatro trimestres negativos seguidos nesta comparação.

Nos confrontos com iguais períodos do ano anterior, os resultados continuam negativos:-5,0% no indicador mensal e –2,8% no acumulado no ano. O indicador acumulado nos últimos doze meses, ao passar de -1,9, em novembro, para –2,8%, em dezembro, continua em trajetória descendente desde setembro de 2008 (6,7%).

Em dezembro, o valor da folha de pagamento real recuou 5,0% em relação a dezembro de 2008, com taxas negativas em nove dos quatorze locais pesquisados. A principal contribuição negativa veio de São Paulo (-8,1%), por conta da queda na folha de pagamento real em meios de transporte (-12,2%), produtos químicos (-21,6%) e produtos de metal (-15,0%). Em seguida, vale citar Minas Gerais (-9,7%), em função de metalurgia básica (-19,2%), meios de transporte (-19,3%) e indústria extrativa (-21,2%); e Rio Grande do Sul (-12,5%), em razão de meios de transporte (-12,7%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-25,4%) e minerais não-metálicos (-23,7%). Em sentido oposto, os maiores impactos positivos foram assinalados na Bahia (4,4%) e no Ceará (8,1%), devido, respectivamente, ao aumento nos salários em meios de transporte (45,1%) e calçados e artigos de couro (28,0%).

Setorialmente, ainda no indicador mensal, a folha de pagamento real mostrou retração em dez dos dezoito setores industriais. As maiores contribuições negativas vieram de meios de transporte (-10,7%), produtos químicos (-14,7%) e metalurgia básica (-13,0%) e produtos de metal (-10,0%). Por outro lado, os maiores impactos positivos foram observados em papel e gráfica (5,6%), alimentos e bebidas (1,2%) e outros produtos da indústria da transformação (5,2%).

Na análise trimestral, verificam-se taxas negativas há quatro trimestres consecutivos, embora a folha de pagamento real tenha apresentado queda menos intensa na passagem do terceiro trimestre (-5,0%) para o quarto trimestre (-3,8%).

O indicador acumulado no ano registrou queda de 2,8%, com taxas negativas em dez locais. As principais contribuições negativas foram assinaladas por São Paulo (-3,1%), Minas Gerais (-6,1%) e Rio Grande do Sul (-6,9%). Nestes locais, as maiores pressões negativas foram, respectivamente, meios de transporte (-6,6%) e produtos químicos (-6,7%); metalurgia básica (-16,4%) e meios de transporte (-9,9%); meios de transporte (-15,9%) e calçados e artigos de couro (-9,3%).

Em termos setoriais, doze atividades reduziram o valor da massa salarial, sendo que meios de transporte (-6,3%), metalurgia básica (-11,7%) e máquinas e equipamentos (-5,3%) exerceram as principais influências negativas. Em sentido oposto, os maiores aumentos salariais vieram de papel e gráfica (13,0%) e indústria extrativa (8,6%).

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